quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

A beleza é tão fugaz


Se acaso me pedissem para descrever 2014 em uma palavra, eu diria força.  Quando você passa por algo ruim e sua vida começa a desmoronar, você percebe que não quer perder mais nada de bom que se apresente para você. Porque a vida é uma só e ela é rápida demais. Meu Deus, como ela é rápida. Então apesar de não entender direito o que está acontecendo dentro dessa sala, ou porque a sua mão foi parar na minha cintura, apesar de todos os milhões e milhões de pesares, eu sei que isso é algo bom. E, por ser algo bom, minha mente, meu coração e todas as minhas forças estão condicionadas a não deixar ir embora. Não quero nunca mais sentir aquele arrependimento só porque não soube reconhecer o timing, porque não quis dar o braço a torcer e pedir desculpas, dizer eu te amo, dar bom dia depois de uma discussão, passar o açúcar, cozinhar pensando no que vai tirar um pouco o lado monótono dos dias. Ver cores, dividir a panela, assistir TV junto. Fingir que o latido é um toque de celular.. Nunca mais olhar para trás e lembrar das coisas que eu não disse, das coisas que eu não fiz, do dia que eu deixei passar, que eu fingi não ouvir chamar, só para não precisar andar dez passos até você. Por fora, eu estou uma rocha, vivendo todos os dias como dias normais, um de cada vez, um após o outro, mas todos do jeito como deve ser. Por dentro, eu acordo todos os dias lembrando do que eu preciso superar, da montanha que eu ainda não cheguei ao topo, daqueles por quem eu preciso ser forte. Afinal, não fazemos isso? Muito mais do que sermos fortes por nós, precisamos erguer a cabeça, porque há alguém nos olhando, alguém que só se levanta todos os dias porque entende que é possível, já que nos vê fazendo.
Força foi o que esse ano significou para mim. Força para entender que às vezes precisaremos dar uma, duas, três, dez, vite chances para algo ou para alguém, ou para nós mesmos, porque existem coisas mais importantes, ou mais urgentes, ou que nos fazem sorrir e esquecer um pouco os problemas. Força para entender quando é hora de deixar para lá, quando há outros motivos para sorrir. Força para entender a lei da vida, os ciclos que se abrem, se fecham e se vão. E antes da primavera, encaramos o inverno. E ele vai chegar de novo, mas depois vem a primavera.
Nesse ano de 2015, eu quero me agarrar às coisas boas, às pessoas boas, à vida. Eu quero crescer, sorrir mais, viver mais, porque eu não quero perder mais nada de bom. Eu não quero mais sentir a vida desmoronar. Eu quero só paz esse ano. Bem vindo, 2015.