domingo, 31 de julho de 2011

Então fica certo assim...


Éramos duas. Em 2005. Somos uma. 2011.
Não que isso signifique abrir mão de uma individualidade. Isso está mais para concordar que somos um indivíduo de duas partes. Trata-se de complementariedade. Se a palavra não existia, agora existe. Desde uns anos atrás, para sermos mais precisas. Intercessões à parte, escrever é a maior das paixões. Talvez por isso, jornalismo&direito.
Há quem pergunte o por quê de certas escolhas, mas a questão permeia outra pergunta. Por quê determinadas pessoas? De certo, somos sobreviventes de todo um sistema que nos ensinou e, principalmente, ensina ao longo desse ano que a nossa vida deve partir de uma perspectiva limitada, comprimida. Não as nossas. Interceptam-se a partir do momento em que passamos a lidar de maneira diferente com/das 5 alternativas (desfaçadamente nomeadas múltiplas escolhas).
A existência de cada um de nós não se limita ao que todos podem ver, ao que todos declaram todos os dias e nem a felicidades e tristezas explícitas e muito menos a um eu-individual. O pronome possessivo da vez passa por algumas pessoas e passa a ser a primeira pessoa do plural. Dentro disso, estão as chamadasentrelinhas. A essência, o que move e a única coisa que é capaz de nos enviar a um ambiente meta-a/b/c/d/e. Aprendemos que não se trata de egocentrismo ou individualismo excessivo termos orgulho de nós mesmas pelo fato de irmos além quando o assunto é questionarmos aos nossos eus-individuais dentro do nosso eu-coletivo. A questão profissional é uma mera consequência do que escolhemos para aprender. A nossa vontade de mergulhar em meio às, de fato, múltiplas escolhas da vida, tomou dentro do nosso próprio oceano uma dimensão diretamente proporcional à consciência que temos de que não é uma instituição, exclusivamente, que nos fará mais ou menos capazes. Até porque, para nós, o ser capaz tem relação direta com o ser nós mesmas. O que deveria ser normal (na linha do "não faz mais que a obrigação") é hoje uma superexceção.
Pergunta:
- Por que direito?
- Ah, o mercadoaê, né..?
- Pretende seguir que carreira?
- Tão sempre rolando uns concursos públicos aê...
- Hmmmmm...
- Tem que ver aê


Falando de Jornalismo, o preconceito (conceito pré-estabelecido) tem acompanhado parte do nosso eu (leia-se Cat) em diversos momentos:


- Vai fazer direito, né?
- Não.
- Mas dá dinheiroetemtudoavercomvocêesuairmãfez!
- Nem.
- Vai fazer o que?
- Jornalismo.
- São Paulo ou Rio de Janeiro?
- Por aqui mesmo...
- Mas aqui vocênãovaiencontrarempregoeaquinãotemnada!
- Morra.


(momento prontofalei.)


Se depois disso tudo ainda restar alguma dúvida sobre determinadas escolhas, sobre as pessoas ou acerca de o que quer que seja e o mundo nos cobrar respostas mais sérias, tudo que pode ser dito é que o nosso universo não será limitado pelas múltiplas escolhas - e sim pelas escolhas múltiplas.


Catarina Sampaio ( http://www.eu-liricaemmim.blogspot.com );
Isabela Dantas ( http://www.impulsoimpensado.blogspot.com )

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Só um convite para dançar


Chego e naquela festa eu te vejo
As luzem combinam com o teu rosto
Decoram-te em um "composé"perfeito
Faço-te todo ao meu gosto

De longe, meu olhar te disse "sim"
Respondendo a pergunta que nunca me fez
Mas, sabe, eu sou mesmo assim:
Misturo impulso e insensatez

Passo a passo você se aproxima
Tomara que não ouça meu coração
Ele grita, pulsa forte, pulsa alto
Mais alto que toca a canção

Deixo-te pegar-me pela mão
Ir ao meio do salão
Levar-me para dançar

Segure-me firme
É o fim dos vãos encontros
É preciso retomar

O que houve? Diminuíram o som!
Só eu notei, todos continuam a dançar
Você me olha, sorri e eu percebo
Mesclam cores de azuis e me encantam

Meus passos, tão leves
Diferem dos seus que se atrevem
Pedem para aproximar

Elas até tentaram me impedir
Disseram que não és do tipo para confiar
Diverte-se iludindo tantas moças
Fingindo saber o que é amar

Mas agora é tarde, eu lamento
Sua mão pousa em minha cintura
Seu hálito não me deixa mover
Cabeça, coração; tudo se mistura

O vento é a melodia que nos conduz
A luz vem das estrelas
Felizes, elas nos fazem brilhar

Um passo para a direita, dois para a esquerda
Um giro e meio, me guia a tua vontade
Estremeço, teu abraço me faz firme e segura
Mas te olhar tão de perto traduz maldade

Me ouça, preciso falar
Você é, sim, um mero homem
Talvez sequer saiba o meu nome
Mas eu aceito o teu convite para dançar.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Meus herois morreram de overdose

Preciso desabafar: Meu sonho sempre foi fazer Direito. Eu faço aquele tipo "defensora da justiça, dos fracos e dos oprimidos" e sempre me vi como uma voz de uma nova geração, pronta para por fim à sujeira deixada pelo passado. Mas o tempo passou e como bem disse Cazuza: "Meus herois morreram de overdose, meus inimigos estão no poder". Confesso que, às vezes, me sinto grande e capaz de fazer algo. Mas logo em seguida me confronto, comparando-me com a complexidade do sistema - sou pequena e pateticamente impotente.
Eu vejo telejornais transmitirem guerras, corrupções, pessoas mortas e famintas. E as outras pessoas assistem isso enquanto jantam tranquilamente. Algumas, menos insensíveis, ainda murmuram algo - um possível lamento - mas em seguida retornam sua atenção ao garfo e à faca. É esse o poderosíssimo exercito que lutará ao meu lado? Coitada de mim.
"Você é jovem, vai ver por isso é tão revolucionária. Já tive sua idade! É o discurso mais bonito do mundo, mas está fadado ao fracasso. Não adianta querer brigar com o sistema". É o que as pessoas me dizem quando eu começo a falar. Mas não. Eu não vou carregar por toda a vida a sensação de nunca ter lutado. Essa sim é uma perda vergonhosa. A luta, ainda que traga a perda, traz também a honra inquestionável do esforço e da resistência. Eu lutarei, sim, enquanto eu puder respirar. A função do Direito deixou de ser cumprir a lei para punir criminosos (como eu sonhei) e passou a ser manipulá-la em favor deles. Alguém precisa dizer não a tudo isso.
Eu sei que deve haver mais pessoas como eu por aí. Sei que alguém, como eu, lutará por manter essa ideologia. O que entristece é o silêncio de algumas dessas pessoas, que poderiam dar tanto de si e não dão. Ficam caladas e o único grito verdadeiramente alto que escuto é uma voz impiedosa que me manda cumprimentar adequadamente o general.
O mundo já foi palco de incontáveis atrocidades e o bolso dos políticos é um saco sem fundo - tal qual sua falta de caráter. Ética e Moral só existem para compor discursos pomposos de posse e promessas de boa educação são estratégias para ganhar votos. A sujeira não para e já não há espaço debaixo do tapete.
Mas eu não vou desistir. Eu ainda me vejo, sim, como uma advogada. Uma juíza, promotora, quem sabe! Vou estar dedicada ao que para mim é importante, ao que eu acredito, ao meu exercito de poucos, mas bons. Mas é fato: O Brasil precisa é de mais garis.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Amor de adolescente é amor sim!

Alguma vez você pensou que conheceria alguém em que pensaria todos os dias, antes de dormir? Alguém que seria seu primeiro pensamento matinal, invariavelmente, como a extensão de um sonho? Mesmo que sim, a imaginação jamais será completamente fiel ao que isso significa: amar alguém.
E não adianta vir com esse papo de quem não ama ninguém, de quem nunca irá se apaixonar. Tolos auto-suficientes que acham tolice "perder tempo" com quem amam. Desde quando trocar salivas, milhares de germes, com alguém por quem não se sente nada e mal sabe o nome, é mais interessante do que antecipar a felicidade com aquele que pode ser o amor da sua vida? É na juventude que conhecemos aqueles amores que vamos lembrar para sempre. Aqueles amores que deixaremos o tempo apagar para que não precisemos abrir mão da troca de salivas que mencionei. Poucas coisas são tão intensas e verdadeiras como o amor despretensioso de dois jovens e poucas vezes seremos tão burros quanto nos momentos em que abrimos mão disso em prol da fugacidade.
Há uma razão para a grande maioria dos casamentos de hoje em dia não durar muito tempo ou ser regada de mentiras, traições e meras "aparências públicas". Nunca a "terapia de casal" foi tão requisitada e em cima da razão de tudo isso ponho o alicerce de minha teoria: Os seres humanos só amam uma vez na vida. Surpresa: normalmente jovens. Casar-se por paixão e não por amor é tão comum que as pessoas já nem sabem o que é o amor. O amor é chato. O amor traz brigas. O amor é tedioso, mas é compensatório: constitui-se como a única coisa na vida que a torna plena. Abster-se do amor é como anular o oxigênio ou ignorar as batidas do coração. Ele é a única coisa que nos faz termos certeza de que estamos vivos, que nosso coração bate e que não somos fruto da imaginação. O amor nos torna reais, nos materializa e diviniza, somos palpáveis e nele nos eternizamos. É nele, e apenas nele, que se encontra o segredo para o famoso e almejado "valeu a pena".

sábado, 16 de julho de 2011

Aos meus amigos.

Muitas vezes achamos que gritar vai resolver o problema. Falar alto, por pra fora. É verdade: isso tira o nó da garganta. Mas você vai cuspí-lo e o verá sujar o chão. O mesmo chão que você põe seus pés e firma sua força para caminhar. Cuspir um nó não significa literalmente desatá-lo. É preciso calma e paciência - mesmo que essa calma e essa paciência signifiquem, juntas, ter de aguentar aquele nó lá só mais um pouquinho. Ninguém disse que a vida seria fácil ou que problemas eram feitos de água e sabão. A vida é um fardo divino. Um sacrilégio virtuoso. E é fato: é cruel mesmo.
Esse é um dos motivos pelos quais o ser humano busca amigos - uma batalha sempre é mais fácil de vencer com dois braços e um cérebro a mais. O exército extra faz aquela guerra valer, sim, a pena.