segunda-feira, 24 de setembro de 2012

i love you.



Desde a minha primeira conversa sobre relacionamentos com as outras pessoas, me ensinaram uma regra bastante clara: nunca vá com muita sede ao pote. Leve as coisas com calma e naturalidade, dê tempo ao tempo e nunca, absolutamente nunca, fale sobre os seus sentimentos sem que você tenha certeza de que eles são mútuos. Em tese, parece bastante simples, não é? Quer dizer, no fundo só se trata de uma autodefesa. Não se magoar, não parecer uma louca e não soar desesperada demais. Três regras básicas.
Desde que eu e você nos conhecemos, no entanto, tudo parece ter caminhado rápido demais. E eu adoro essa velocidade que nos rodeia. Essa intensidade triplicada de cada ato. Um dia, quando contarmos essa história, lembraremos das faíscas e as pessoas dirão que somos sortudos. E somos mesmo.
Sabe, você pode até ser rude comigo. Pode até ser meio grosso e perder a cabeça pelas vezes que eu piso na bola. Pode fazer tudo isso, você está autorizado, desde que me prometa que esse sentimento não vai parar. Desde que me prometa que depois de todos os gritos, nós dois vamos nos abraçar e você vai me pedir para fazer massagem nas suas costas, como quem não quer nada. Por quê é isso que a gente faz, né? A gente implica com as pequenas coisas, simplesmente porque nada pode ser bom demais. E é isso que faz esse sentimento tão perfeito dentro de mim.
Você é muito ciumento e possessivo e isso às vezes (quase sempre) me deixa sem saber como agir ao seu lado (especialmente quando o que eu digo não parece o suficiente). Para onde foi toda aquela imagem de desapego? É, as coisas na prática nem sempre ocorrem como na teoria. No nosso caso, acho que passa longe disso. Desapego é a ultima palavra que vem à minha cabeça quando eu penso em você. Afinal, seria desapego sentir saudades suas dez minutos depois de você ir embora? Seria desapego querer ficar abraçada com você o tempo todo sem dizer mais nada, só repetindo o quanto você é importante pra mim? Isso está mais para apego, grude. E eu amo isso.
Enquanto eu fui crescendo, a vida me ensinou a sempre tentar fazer o melhor das coisas e, você sabe, você tem tido o meu melhor sobre tudo. Você sabe que ao seu lado é exatamente onde eu quero estar.
Eu queria dizer, também, que eu adoro aquele CD de Jorge e Mateus que a gente ouve sempre, mesmo que ele já tenha tocado trezentas vezes. Adoro, também, quando você fala aquelas coisinhas lindas que só você sabe. Amo olhar as nossas fotos trezentas vezes por dia e fuzilar com os olhos todas as meninas do seu facebook. Amo saber que estamos juntos, amo ter certeza de que isso é de verdade. Eu amo, também, e talvez até principalmente, o modo como eu me sinto ao seu lado, desprezando a importância de todas as outras coisas. Nada mais importa, tudo é pequeno, supérfluo. Apenas você me interessa. Apenas você.
Eu não sei como isso aconteceu, o porquê, ou como vai terminar, mas o que eu sei é que eu amo poder dividir o meu dia a dia com você, te contando em mínimos detalhes aqueles detalhes que não têm a mínima importância, só pra sentir que eu estou te contando alguma coisa diferente. Só pra me iludir de que eu não sou tão repetitiva e que eu até tenho algo mais a dizer além do quanto eu gosto de você.
Mas isso é mentira. Mentira, porque a verdade é que, quando estamos juntos, a única coisa que me vem a cabeça é a ideia constante de que alguma força maior te colocou no meu caminho para que eu te amasse desse jeito. Desse jeito assim, do jeito que eu sei amar, meio exagerado, mudando o tom da minha voz, pisando na bola várias vezes, mas sempre com todo o meu coração.
Eu nunca senti isso assim antes. Você, meu amor, é a minha faísca, o meu anti acaso.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

rocking my world.


Alguém, um dia, partiu meu coração. Mas todo mundo sofre por amor ao menos uma vez na vida. Não foi uma dorzinha qualquer, leve, dessas que passam com uma caixa de chocolate. Não. Partiu mesmo. E como qualquer coisa que parte, os pedaços caíram ao chão, como caquinhos de vidro machucando os meus pés me impedindo de caminhar de pé. Eu sangrei por algum tempo. Ah, gravidade, a sua arte é um desastre. Maldito momento em que aqueles pedacinhos de coração foram ao solo.
Encontrei-me com as palavras, dia após dia, para afogar mágoas e ajudar a superar as dores do coração. Mas não se pode ajeitar tudo com palavras, então eu esperei até encontrar uma maneira, me iludindo de que os textos eram suficientes. Nunca foram. Eles eram mero e puro desabafo. E, às vezes, na vida, nós sentimos dor. Todos nós sentimos tristeza e fraqueza. Mas algo nos lembra de que existe um amanhã e, sempre que não formos fortes o suficiente, existe alguém com quem podemos contar. E foi então que você surgiu. Surgiu e foi assim que eu entendi que, na verdade, eu não havia feito nada de errado, exceto confiar em alguém que achei que se importava comigo.
E você veio ao meu lado e juntou aqueles caquinhos de coração, fez um novo. E qualquer pessoa diria que ele nunca foi quebrado. Pareceram inúteis todos os meus esforços para manter todo mundo longe de mim. De repente, tudo que eu queria na minha vida era você do meu lado. Ficar assim, abraçada com você, comentando o quanto essa situação não faz o mínimo sentido, porque não faz mesmo. Houve um tempo em que eu achei que alguns fatores seriam determinantes para que eu escolhesse alguém. O problema, ao que parece, é que eu não escolhi isso. Eu não assinei nada dizendo que era essa a minha vontade, mas, admito, não faria diferente. Não, porque eu não imagino como posso estar melhor do que isso.
E sabe aquela situação que eu te disse que me incomodava? Ainda me incomoda muito. E eu sempre pensei que isso seria o suficiente para eu cair fora, se você não desse um jeito em tudo. Mas, hoje, eu já não tenho tanta certeza. Não pense você que eu passei a aceitar isso numa boa, a deixar rolar solto – o caso é naturalmente diverso. Mas eu aprendi a me concentrar nas coisas que me confortam e a me desligar do resto para dar um passo a frente. Afinal, aqueles que não apreciam a vida, não a merecem. E é isso que a gente está fazendo, não é? Aproveitando a vida. Porque ninguém sabe quanto tempo tem dentro de um minuto e quantos sentimentos existem por cada volta que os ponteiros de um relógio fazem. Ninguém sabe. O amanhã é muito incerto, então eu preciso deixar claro que hoje o que eu sinto é muito forte. Forte o suficiente para eu simplificar toda essa confusão em: Eu quero você e você me quer, não há nada além dessas duas premissas, exceto uma conclusão que diz que devemos estar juntos. Eu quero que você se lembre disso ao fim do dia. Por favor, não se esqueça.
Eu tenho medo de esse sentimento ir embora. Eu tenho medo. Mas você sabe o que dizem, não é? Se você não tem medo, então não quer isso tanto assim. Sábias palavras. O amor dá medo. Mas eu não pretendo te dar adeus. Então, por favor, não faça as malas, não diga adeus. Apenas feche os olhos, me abrace e diga sim.

sábado, 15 de setembro de 2012

vibe mood



Levando em consideração que são quatro e meia da manhã e que isso ainda é uma extensão da minha noite, pós uma festa open bar, qualquer um poderia pensar que eu estou bêbada. O caso, no entanto, é, naturalmente, diverso. É só uma questão de largar as palavras no vento mesmo.
Hoje foi uma noite estranha. Estranha mesmo, porque tudo que eu acreditava que poderia acontecer, aconteceu sim, mas de forma diferente. É estranho quando a gente não sabe como reagir às novas situações. E eu sei que eu pareço sempre estar no controle de tudo, mas isso não é verdade. Eu quase nunca consigo guiar as rédeas dos meus atos. É muito mais como se eles me guiassem e me pusessem em situações que eu nunca pensei antes.
Mas nada é por acaso e pelo menos esse princípio eu vou saber defender. Tudo acontece por uma razão - o sim e o não querem dizer muito mais que três letras e atrás da cortinas existe uma imensidão pronta para ser explorada. Mas, mesmo assim, a gente continua esperando que a vida nos coloque diante de tudo, assim, esfregando a cara na porta, sem que façamos esforços para isso, não é? Mas eu posso entender isso. Afinal, como diz a música: assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade. Quem sabe não é isso que o destino quis dizer?
O anti-acaso, como eu prefiro chamar, ou o destino, como o resto do mundo chama, deve ter percebido que eu tenho a mania de esquecer o pé no acelerador. Eu esqueci que eu estava dirigindo dois carros ao mesmo tempo, embora ocupasse o banco do carona. Esse deve ser o jeito dele, do anti-acaso, de me dizer que eu tenho que levar as coisas com calma e muito tato. É o universo conspirando para me dizer que, se eu não for esperta o bastante, ao fim do dia eu serei a mesma estúpida de antes. De muito antes.
Não sei se o fato de eu ter tido uma semana carregada de provas tem algo a ver com isso, ou se só se trata de fatores externos mesmo, mas a minha cabeça virou um caos. E eu sei que eu quero gritar ao mundo que todos os passageiros estão usando cinto de segurança, mas não estão. Há uma superlotação em um dos carros, pessoas gritando, elas fazem barulho, falam muito alto e até em outras línguas. Não calam a boca. Minha mente passa um turbilhão de ideias e eu continuo repetindo para mim mesma: as coisas são como tem que ser, então não se estresse com nada, porque nada vai mudar por causa disso. Prejudicará apenas a sua pessoa.
E a gente foge dos prejuízos, né?
Coloquei um sorriso na cara e complementei com três doses de energia pura para gastar numa pista de dança.
Por alguma razão, pareceu mentira tudo aquilo. Pareceu mentira a justificativa que eu dei essa noite. Pareceu mentira e talvez até tenha sido, mas quem vai saber? Eu sei? A única coisa que eu sei é que eu confio que mesmo tendo parecido mentira, não era.
E todas as expectativas sobre o que é viver foram embora para dar lugar a uma única certeza: o mundo gira de formas diferentes, mas sempre por uma razão. É só uma questão de adaptar e sintonizar as frequências dos giros dos mundos. É uma questão de vibrar na mesma bad ou good trip para poder, finalmente, como diria Cássia Eller, realinhar as órbitas dos planetas.
Afinal, de choque, já basta esse aqui.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A pele que habito



"A vida, entendeu, era bem parecida com a música. No começo, há mistério, e no final, confirmação, mas é no meio que reside a emoção e faz com que a coisa toda valha a pena." (Nicholas Sparks)

Tudo é quieto e calmo por aqui. A nossa conversa, de repente, pareceu dois tons acima do necessário, embora fossem meros sussurros. Acho que qualquer som é alto a essa hora.
É incrível como é possível fazer um discurso para cem pessoas e usar apenas palavras genéricas e, ainda assim, contar a história de cada uma daquelas cem pessoas, sendo todas histórias diferentes e tão particulares quanto as digitais de seus polegares. É incrível, também, o conforto que essas pessoas sentem ao ver você falando sobre a vida delas, assim, como quem não quer nada, como quem fala da própria vida. É incrível o conforto que traz a ideia de identificação.
Cada vida é uma vida e cada história é uma história, mas alguns traços são muito previsíveis. Esses traços são tratados, genericamente, por um outro traço igualmente previsível, desta vez em outrem a quem se oferece o ato. Em outras palavras, muita coisa da vida dá pra a gente prever e passa longe do que o que os roteiristas de cinema chamam de destino.
Depois que você entrou no carro, eu peguei uma folha de caderno e escrevi quem eu era. Quem eu sou. Quem eu serei. Tudo isso só pelo simples prazer de saber o que eu quero.
Bom, se vou falar de mim, acho que não posso começar de outra maneira, senão citando aquela boa e velha frase do Sherlock gênio Holmes: "Para uma mente ampla, nada é pequeno". Assim funciona a minha mente. Tenho uma mente ampla demais e nada aqui é pequeno. Os atos são exagerados e seus significados têm uma magnitude às vezes, ou diria quase sempre, muito maior do que deveriam. Minha mente tenta tratar os problemas de maneira inteligente, divertida e inovadora - mas tanta sagacidade custa caro e me torna, quase todo o tempo, crítica demais daqueles que levam suas vidas dentro dos padrões comuns. Eu tenho horror à normalidade.
Sou revolucionária e livre da maioria dos preconceitos (sim, a maioria, mas nunca a totalidade).
Eu gosto de pensar que consigo estar a frente do que muitas pessoas podem ver. Divirto-me sendo excêntrica, do contra, só para mostrar ao mundo que todos têm o direito à liberdade de pensamento e manifestação. Afinal, já dizia o grande Voltaire: "Posso não concordar com uma palavra do que tu digas, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la".
Via de regra, sou livre, desapegada e independente. Valorizo mais a relação de amizade do que qualquer outra relação que vivo, embora não a estabeleça com qualquer um. Eu sigo o princípio da igualdade dos direitos. Sinceramente, eu amo a liberdade. Detesto controle. Detesto exigências. Detesto seguir ordens de alguém que não seja o meu coração. Não gosto da hora marcada, da antecedência, dos compromissos marcados em agenda. Comigo a coisa tem que acontecer na hora e do jeito certo. Gosto de gente criativa, com raciocínio rápido, gente que sabe improvisar, inovar. Não tenho amigos por contrato de exclusividade. Guardo o lado exclusivo da vida para o amor.
Eu tenho o espírito comunitário. Dentro de mim cresce essa necessidade, que agora parece ser uma modinha, de mudar algo. Quando eu digo mudar algo, preste atenção, não me refiro a mudar algo apenas dentro de mim. Eu quero mudar daqui pra fora. Quero mudar o jeito que as pessoas se olham nas ruas, quero trocar esmolas por sorrisos e armas por abraços. Quero dar casa e família, família de verdade, para todas as crianças que não tiveram esse privilegio. Eu tenho muito amor dentro do meu coração e esse amor não cabe em mim. Eu gosto de dividir, de negociar. Estou dando o meu amor em troca de um sorriso de quem quase nunca o faz. É, eu tenho um sonho na vida.
Eu gosto do que é imprevisível, da trilha que ninguém nunca explorou. Em cinco minutos, eu me torno alheia e ausente ao momento e fico enjoada com facilidade. O novo me estimula. A ousadia e a autenticidade me excitam.
Não é difícil me encantar. O simples fato de ser diferente já me faz brilhar os olhos. Mas, veja bem, eu assumo que não sei lidar bem com sentimentos. Eles contradizem todo o desapego que eu prego para viver. Acho que é justo dizer, então, que demoro para me apaixonar de verdade. Não me contento com beleza ou beijo bom. Só me apaixono por pessoas que eu admiro. Para ganhar minha atenção, tem que despertar uma das exceções da minha regra geral do "desapegue-se para viver". Tem que ser uma pessoa com opinião forte, opinião própria. Teimosa, cabeça dura mesmo. Eu sou assim. Eu gosto de gente assim. Eu gosto de gente como eu, porque não acredito nisso de que os opostos se atraem e a física que me desculpe. Opostos, no máximo, se distraem, mas, no fim do dia, se traem. Gosto de gente que sabe o que quer, gente decidida, que sabe falar as coisas certas no momento certo. Gosto das discussões acaloradas, gosto da brigas de segunda feira, sempre combinadas com as desculpas de terça. Gosto dos acontecimentos inesperados que mudam todo o curso da vida.
Sinto uma atração fatal por gente altruísta e livre de hipocrisia e por caras que falam sobre o que querem ser no futuro com tanta certeza. Aprecio as metas e a estratégia do caminho.
Advogo a racionalidade e não gosto de falar sobre sentimentos muito íntimos se eles não forem mútuos. Sou devotada ao amor, da cabeça aos pés, mas não gosto de me sentir presa ou sufocada. Amor é liberdade e eu gosto de me sentir livre. Gosto de pessoas que sabem seduzir de maneira fria. Elas sabem mostrar que estão interessadas sem que você tenha cem por cento de certeza da sua disponibilidade.
Tenho medo do escuro e, por isso, procuro saber demais. Afinal, nada melhor que uma luz dentro da minha própria mente.