sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Mal secreto

Pois bem. Antigamente eu era mais preocupada com isso. Agora, tanto faz.
Se o que interessa são as aparências, eu vou fingir que pretendo seguir ao teu lado.
Porque se é pra enterrar os vínculos, eu sei atuar e mentir que não me importo.
Mas sabe que tanto fingimento já virou realidade? Que chato é não ter o que pedir quando o relógio marca as horas iguais...
Bem, eu sei que não posso cobrar nada de quem não me deve; mas eu tenho que avisar: tenho muito para você.
Como os meus versos nos papéis amassados. E todo meu ressentimento, nunca nenhum bom sentimento.
Tenho que te deixar ir e fazer o que é bom pra você. Tchau. Quem sabe outra hora, em outro lugar, com uma outra conversa a gente se entenda. E quem sabe você enxergue o por quê de eu me preocupar tanto em te fazer crescer.

4 comentários:

  1. Interessante que a cada palavra escrita minhas ideias mudavam a respeito das lembranças e das sensações experimentadas por essa leitura. Um gostinho de quero mais nesse "mal secreto"! hahaha
    Beijos
    TP

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  2. me apaixono cada dia mais com suas "palavras vomitadas e cobertas de sangue". você faz os problemas da sociedade parecerem algo poético com seus textos. continue assim, beijos capixaba!

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  3. incrivel como voce expressa seus sentimentos, e como voce fala desse alguem como se nao importasse com ele, mas voce ja se perguntou se ele se importa contigo, claro que faze-lo crescer é bom, é sinal de "dar valor" porem, voce ja pensou se o modo dele querer ser for aquele, de que importa sua vontade de fazelo crescer, se eleja atingiu o "apse" do, digamos, "idolo mental" dele. uma coisa que notei em alguns textos seus (nao todos, mas somente o que voce fala desse "cara" em especifico" é que ele bebe, fuma, faz coisas erradas, e pela sociedade ele pode ate ser um "fora da lei", mas se esse for o estilo da vida que ele queira, se essa for a imagem que ele queira passar, possa ser que ele nao queria crescer, mas acredito que ele tenha uma virtude, todo homem tem, eu sou homem e posso dizer que ele pode guardar um rosto bonito atraz da mascara, um pulmao limpo atraz do cigarro, e um figado inteiro atraz da bebida. voce devia dar valor a ele, pois pelo que entendi, vc gosta, mas quer parar de gostar.

    vou esperar uma resposta sua aqui isabela.

    abraço

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  4. Olá anônimo. (:
    Bom, já que me pediu uma resposta nesse comentário, lá vai.
    Vamos deixar algo claro: Nunca disse que ele guardava princípios deturpados, muito menos que era uma pessoa ruim. Eu, mais do que ninguém, sei bem o valor que esse "cara específico" tem. E sei também que tem virtudes (digo no plural, porque sei que há mais de uma) e não faço a mínima questão de esconder que penso dessa forma. É isso que, vez por outro, me vincula a lembranças que eu já deveria ter esquecido. A perguntas que nunca mais deveriam ser feitas.
    Mas, se quer realmente saber, isso vai além do cigarro, da bebida e das máscaras. Não é que eu queira fazê-lo crescer para que o sujeito se encaixe nos meus padrões do que é bom ou ruim. Não é que eu queira "mudá-lo". Essa pessoa será, para sempre, alguém importante na minha vida, independentemente de quem seja. E, se eu ajo dessa forma, é porque quero unicamente o bem dele. Quero que ele cresça porque conheço o seu potencial. Sei que gente como ele tem o céu como limite, se quiser agir para isso. Eu quero vê-lo atingir os pontos mais altos, quero vê-lo realizado. O que hoje existe é medíocre demais perto do que ele sabe que pode ter.
    Talvez você esteja certo, talvez ele não "queira" e talvez esse seja seu "apse". É, eu já pensei nisso. Já considerei (e muito) a possibilidade de estar enganada em querer fazê-lo atingir o máximo de sua capacidade, acreditando que o máximo é muito mais do que ele mostra ao mundo agora. Mas isso seria desconstruir tudo que eu acredito em relação a ele. Seria como queimar todas as lembranças da pessoa que ele já foi, tão melhor do que a que tem sido. Você iria querer isso? Eu não. Essas lembranças são a única forma que eu encontrei de me dizer que o passado existiu.
    E me perdoe por trazer as coisas a tona desse jeito (não quero que isso soe como uma vitimização), mas o que você faria para dar valor a alguém quando você se sente como se estivesse destruindo o seu próprio? E todo aquele lance de amor próprio? E como funciona isso de se submeter e a seus valores a alguém, baseando-se em suposições de melhora? Não sei agir assim.
    Quanto a gostar dele ou não, bom, isso é bem relativo e delicado. Ultimamente, tenho preferido acreditar que nada no mundo é unilateral e que nem mesmo a maior das forças sobrevive se não houver alguém para puxar a corda do outro lado. Equilíbrio.
    Eu não estou fingindo que ele não tem valores, princípios e coisas que o fizeram assumir o posto perpétuo na minha vida. Eu apenas parei de fingir que isso é tudo que eu sei sobre ele.

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