sábado, 10 de setembro de 2011

new way

Eu o encarei. Olhos nos olhos. Fazia tempo que eu não olhava ninguém assim, com tanta intimidade. Fazia tempo que eu não sabia o que significava ver a si mesma refletida nos olhos de outra pessoa. E ele sustentou o meu olhar e eu, estranhamente, não me senti constrangida. Aquela mecha do cabelo caiu sobre os meus olhos e eu nem perceberia se não fosse por ele a ter colocado gentilmente atrás da minha orelha. Sempre achei os magrinhos mais bonitos, mas não dá pra negar o charme que é quando ele me abraça e os músculos do seu braço ressaltam "acidentalmente".
Ele tem aquele olhar de quem está morrendo de sono que, quando combinado a uma voz arrastada, me dá a sensação do conforto de um dia de domingo. É estranho, porque eu sempre odiei os domingos. Mas é calmo e, de fato, é bom.
O jeito que ele tem de fazer algum comentário inapropriado é tão apropriado que, às vezes, eu rio até sem querer. E eu me odeio quando isso acontece, porque aí ele descobre que eu tenho o riso falhado.
Ele tem a mania de me carregar e se divertir horrores quando eu começo a gritar para que me coloque no chão. Ele curte a sensação de poder me levantar para a direita ou para a esquerda, conforme queira - seria inútil medir forças com ele.
E, quando eu olho para ele, o que enxergo não é alguém sem defeitos ou que tenta me mostrar algo que não é. Ele não faz a menor questão de me impressionar, embora faça questão da minha presença. Eu o enxergo com tamanha clareza que, desde a primeira vez, foi como se o conhecesse há muitos anos...
Talvez seja um pouco precipitado dizer que estou realmente envolvida. Afinal, encerrei outro ciclo ainda essa semana. Mas é preciso conceituar "envolvimento". Mas não posso me sentir culpada por estar feliz. Mas não posso me sentir culpada só porque, ao contrário do que eu imaginei, não está sendo difícil seguir em frente.
Às vezes eu me sinto nova demais perto dele. Não na idade, mas ele tem aquele ar de quem já é mais, como diria minha avó, vivido. Como se já fosse mais experiente em absolutamente tudo e eu fosse apenas alguém que tem muito o que aprender. 
Não combinamos tanto assim e eu sei disso. Eu sei que eu posso cansar a qualquer momento, porque ele me entende. Ele sabe que eu não vou dar satisfações da minha vida e detesto que queiram me manipular ou me digam o que fazer ou onde ir. Ele sabe que eu me sinto melhor se me sentir livre e sabe que eu não vou ficar ligando para ele mil vezes, nem entupindo sua caixa de entrada de mensagens fofinhas. A menos que se trate de alguém que tenha despertado isso em mim (acredite, é algo bastante difícil), não faz meu tipo - ele sabe. E o pior: Ele entende completamente. Com a gente é assim: Não tem mistério, não tem segredo e o jogo com as cartas na mesa é tão estimulante como eu nunca imaginei que seria.
Ele quer as mesmas coisas que eu: Um motivo para relaxar. Uma válvula de escape e uma chance de deixar escapulir os bons modos, sendo quem quiser ser. Sem máscaras.
Ele é novo e talvez a novidade de ser uma novidade (faz tempo que não uso essa palavra) seja o que o torna tão cool no meu dia-a-dia.
Se eu estou apaixonada? Provavelmente não. Se eu conseguiria "terminar" com ele hoje, agora, e não sentir nada? Provavelmente sim. Não temos nenhum tipo de ligação, mas eu admito que é bom demais estar com ele. Finalmente, experimento o que Jota Quest disse serem os dias melhores.

2 comentários:

  1. ohhhh lindo!!! ps.: o final veio antes ou depois da sua ultima redação para evert? hahahaha ;**

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