quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Meu quase-amor, te vi partir




"Então eu nunca mais vou ficar com ninguém, só por causa disso?"
"Não, é só que os mais legais são assim. Mas pessoas como ele, por exemplo, seriam ideais."
"Mas ele não serve para mim."
"Eu sei, ele é otário."
"Não fala assim, não é isso..."

(risadas)

Não, ele não é otário. Os otários somos eu e você. Eu porque deixei que ele fosse embora e acreditei em você. E você.. Bom, acho que não preciso começar a listar as razões... Preciso?
Francamente, eu me sinto uma idiota. Acho que vivo reclamando da vida e tive a oportunidade de ter uma pessoa completamente diferente de todas as outras. Ele era, de fato, uma exceção.
Uma exceção linda. Que escrevia poemas. Que tocava gaita (convenhamos: incomum). Que amava ficar horas no telefone comigo. Que entendia a minha linguagem do "vou mimir". Que adorava conversar com os meus pais. Que não curtia bebidas&cigarros. Que não precisava ficar dando carteiradas por aí ou agindo como um imaturo só para dizer que é maior de idade.
Ele não reclamava dos meus bracinhos e nem dizia que eu precisava pintar o cabelo.
Ele olhava para mim e sorria, como se eu fosse a coisa mais perfeita que poderia existir. Ele me falava sobre seus sentimentos e tentava me fazer falar sobre os meus. Ele me entendeu quando eu contei tudo que poderia sobre mim, todas as coisas que o fariam não me amar.
Ele sempre foi estupidamente perfeito.
Mas eu fiz questão de ressaltar o que eu não gostava nele. Transformei suas qualidades em defeitos e reclamei. Vai ver é só para isso que eu sirvo: Reclamar e estar insatisfeita. Prazer, essa sou eu.
Ele não merecia sofrer tudo que eu passei. Ele era bom demais para mim. Ele não servia para mim, mas não por ser "otário". Isso ele não é. Ele não servia para mim porque me amava. Me amava e eu não estava preparada para ser amada daquele jeito, do jeito que eu amo.
Ele me ofereceu o mundo e isso me assustou. Eu estava acostumada com aquele amor bandido (momento brega). Eu estava acostumada com imaginar as coisas que alguém dizia ao invés de ouvi-las saindo da boca de alguém.
Ele tentou me fazer por para fora a parte mais linda de mim. Mas lá estava eu com medo. E eu me assustei quando ele disse que queria me fazer feliz. E eu me assustei quando ele me disse que não importava mais nada - estávamos juntos agora. Eu me assustei com a possibilidade de alguém ainda amar o caco que eu havia me tornado. Ele me enxergou quando as lágrimas tornavam a minha visão turva e não me deixavam enxergar mais nada. Ele se apaixonou por mim. Isso me assustou.
Eu vi aquela pureza. Eu vi e mensurei todo o amor que ele poderia me oferecer. Me senti pequena - eu não sabia se poderia corresponder a tudo aquilo. Meu coração custava a dar aquelas batidinhas mais aceleradas e ele, certamente, merecia o friozinho na barriga. Ele me queria por completo, mas metade de mim é medo e essa metade não se entrega. Nunca. Não mais.
E eu não quis me deixar apaixonar. Não. Eu sabia o que poderia acontecer e eu quis evitar isso. Ele era tão maravilhoso que eu me sentiria a pior pessoa do mundo se o machucasse. E eu sabia: Isso iria acontecer. Logo. Ele não merecia isso. Nunca mereceu.
O meu coração é um pouquinho dele também. E essa parte que ele domina bate com saudade. Eu sinto a falta. E ele foi a única pessoa que me fez, de fato, virar para o lado. Ele é especial para mim. Muito. Mas no fundo, eu sei que não sirvo para ele. Ele realmente merece coisa melhor que eu. E eu mereço coisa melhor que você.

5 comentários:

  1. Entendi,PERFEITAMENTE, o que você quis dizer Bela.Concordo.Não é justo machucar aqueles que nos amam como HOMENS DE VERDADE. Mas quando não dá pra corresponder é tão ruim..Não tem jeito mesmo!
    Como sempre, lindo texto! Jú.

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  2. Nunca concordei tanto, amiga! Você mais uma fez se superando... É tão ruim quando agimos errado com a pessoa certa... devemoos ter clareza nas nossas atitudes para que elas nunca se voltem contra vc ! ;)
    beijo, amoo vc :* Lú

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  4. Reflexão muito boa! Texto muito bem elaborado! Seguindo. Beijos

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