segunda-feira, 8 de agosto de 2011

We'll never say bye




Hoje, diferentemente dos outros dias em que eu venho falar sobre amor ou sobre minhas crises existenciais patéticas, eu venho escrever sobre algo triste e muito sério. Algo que todo mundo precisa encarar em algum momento e eu não posso dizer que fico satisfeita em escrever esse assunto. Confesso que estou mais confortável quando trato disso aqui como uma válvula de escape do meu coraçãozinho apertado. É verdade. Sou meio boba e criança demais para entender quando as coisas fogem do que eu enxergo. Fogem do que eu quero entender. Algumas situações dos últimos dias, no entanto, praticamente me obrigaram a isso. O que eu posso fazer?
Não vou ser fantasiosa em achar que todos que lerem isso aqui irão concordar comigo em tudo, mas em algo acho que a opinião será unanime: Ninguém está preparado para encarar a morte.
Seja a sua própria (a vida sempre terá sido curta demais) ou a de alguém que você goste (nesse caso, ela terá sido mais curta ainda). Como bem diz aquela música de Legião (ADORO!): "É tão estranho, os bons morrem jovens...". As vezes sentimos como se algumas pessoas tivessem sido tiradas de nós de um jeito tão "de repente" que custamos a acreditar.
A morte é mesmo uma piada, né? Quem ela pensa que é para vir chegando assim, achando que pode resolver sozinha tirar A ou B de nossas vidas, só porque é voluntariosa? Não pode, não senhor. E aí choramos rios e rios, tentamos compreender e colocamos a culpa em alguém ou em algo, simplesmente porque seria reduzir demais a importância que aquela pessoa teve à simples palavra fatalidade. Substantivo feminino, dez letras, 5 sílabas, paroxítona e nada mais do que isso. No dicionário, se eu procurar por ela, não encontrarei como significado o nome das pessoas que perdi.
Então é assim? É para isso que fomos criados? Para conhecermos pessoas, nos apegarmos a elas e depois simplesmente vê-las sendo enterradas como um saco de adubo? Dois anos e só o que restarão serão um esqueleto e puro adubo. O coração quente já vai estar muito longe. A alma já vai ter ido para o seu destino. E nós?! Nós continuaremos chorando e levando flores para aquele esqueleto com adubo, orando para que algum Deus cuide de quem se foi.
E pronto. Voltaremos para nossas casas e coisas nos farão lembrar de quem foram aquelas pessoas e de como é triste flexionar o verbo da existência no passado. Essas coisas acontecem. É, acontecem sim. Mas só por isso eu devo me conformar? Voltamos a estaca das "fatalidades"?
Não é possível, deve ter algo maior, melhor, que me explique qual o próximo passo. Que denuncie onde está a câmera escondida e se as pessoas já podem começar a dar risada e apontar para mim: Bobona, caiu na pegadinha! Nunca desejei tanto ter sido feita de boba. Ao menos eu saberia que a morte não teria batido aqui por perto nesses últimos tempos.
Não há muito mais o que dizer. Construímos sonhos e expectativas em cima das pessoas acreditando que elas nos acompanharão até o final de nossos projetos. Que nos verão recuperar os primeiros lugares. Que encherão os olhos de lágrimas por nos ver realizados naquilo que sonhamos. Achamos que elas nos acompanharão tempo suficiente para sabermos que fomos motivo de orgulho em suas vidas.
Mas a vida tem um relógio próprio e cada dia a mais é um a menos. E aquelas pessoas que nós achávamos que eram mais fortes do que qualquer coisa, aquelas que nós acreditamos que poderiam fazer qualquer coisa, vão embora por uma fatalidade (sim, tratar o assunto por esse nome me tirou do sério.). É difícil de aceitar. É muito. Só sei que um dia acabarei causando essa dor, também, a outras pessoas que gosto e acho que essa é a única coisa capaz de me fazer sentir pior do que ao saber que perdi alguém. No fundo, somos egoístas, mesquinhos e até para morrer somos crueis.
Como é dizer adeus para pessoas que você nunca se imaginou sem? Eu não sei. Nunca disse adeus. Nunca me disseram adeus. Nunca disseram nada. Eles simplesmente foram embora...

4 comentários:

  1. voce eh demais!
    Um admirador secreto.

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  2. Eu já pensei um bilhão de vezes a mesma coisa, e a resposta que mais vem (especialmente da boca dos outros) pra todas essas perguntas é que "ah, é o ciclo natural da vida". Mas será que é natural mesmo a gente sentir essa dor toda, essa saudade? Mais importante: será que vale mesmo à pena conhecer as pessoas, se aproximar delas, quando a gente sabe que ao pó elas retornarão?
    A dúvida persiste, sim, mas nada realmente morre de verdade. Toda pessoa vive nas memórias dos outros. Pra mim o ser humano é que nem argila, e cada pessoa que a gente conhece molda um pouquinho o nosso formato pra fazer a obra de arte que nós todos somos por dentro. Uns moldam por cima dos outros e alguns moldes nunca se perdem: são esses que nos definem, porque ninguém é ninguém sem os outros. Nossas amizades, nossos amores e nossas famílias nos definem, para melhor ou pior. Sartre disse que "o inferno são as outras pessoas" - pode até ser, mas a gente vive numa existência errante e confusa, entre o céu e o inferno, sem nada a não ser nossas convivências. E convivência não é só contato, é leitura, escrita, arte. Cada criação é um vestígio que a gente deixa neste universo sem mais tamanho. E no final, a gente só pode relembrar os grandes momentos e as pessoas que nos tocaram, no momento em que nossa argila termina de se solidificar e a gente diz adeus a esse planeta para dar início a uma nova aventura.

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  3. porque voc eh assim?? Eh linda, fala bem. Seu namorado deve teve muita sorte! a sorte que eu espero um dia ter
    beijs

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  4. Obrigada gente Haha E não tenho namorado, mas obrigada de qualquer forma! =)

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