sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Muito mais espuma que leite




A maioria dos líquidos é comercializada em litros, exceto o leite. Nele se forma uma camada de espuma que o torna aparentemente mais volumoso, adulterando sua medição e emitindo um valor falso, se feita em litros. Embora não aparente, muito daquele "1 litro de leite" é apenas espuma. Espuma. Espuma sem gosto, recheada com vento e que some fácil, fácil. Por isso é preciso medir o leite em quilos - alterar a medida (o ponto de vista) é a única coisa capaz de nos fazer enxergar o quanto aquilo, de fato, vale ou deixa de valer.
Se quer saber, com as pessoas não é muito diferente. Existem as pessoas-leite e as pessoas-espuma. e muitas vezes não percebemos isso por estarmos olhando com os olhos de litros. Muitas pessoas aparentam ser muito (e muito mais do que, de fato, são) e nos enganam com aquela camada grossa de espuma que se sobrepõe a uma personalidade líquida rala (se é que me entende).
As pessoas-espuma tentam nos enganar. O chato é que às vezes elas conseguem isso por muito tempo. Eu conheço muita gente assim. Essas pessoas se acham mais espertas que nós e acreditam que nos enganarão para sempre. Acreditam que nunca irão nos perder. Nem nós nem a ingenuidade que temos de sempre acreditar nelas. Ledo engano. Conheci uma pessoa-espuma que me perdeu. Ele até que era espertinho, eu devo admitir, mas agia de um jeito que me deixava intrigada (acho que essa é a palavra certa). É aquilo que eu sempre digo: Todo excesso de confiança culmina em uma queda feia. Beeem f-e-i-a. Ele fez de tudo para me perder. Consciente ou inconscientemente (inconsciente mente), quem sabe? Não sei. Não me interessa. Eu só sei que foram incontáveis as vezes em que eu lavei o rosto até machucar e tomei um banho mega caprichado de uma hora, prometendo que ele nunca mais teria nenhum tipo de contato comigo. Eu jurava que não teria mais paciência quando ele me olhasse com aquela cara banal de menino bonzinho de "me espera só mais um pouquinho", tentando me congelar no tempo enquanto ele ia para as ruas só para conferir, pela centésima vez, se não havia mesmo ninguém melhor do que eu por aí. Eu ensaiei na frente do espelho milhões de jeitos de dizer adeus, mas eu simplesmente não sabia apertar o botão vermelhinho e recusar a chamada. Sabe o que é? Aquela espuma parecia tanto com leite...
Até que eu descobri qual era o meu problema. Eu sempre me interessei pelo lado proibido da história. O insensato sempre soou muito interessante aos meus impulsos. Impensado, incoerente... Irracional. Por isso, quanto mais eu tentava fugir, para mais perto dele eu corria. Quanto mais eu brigava comigo mesma e lutava para recusar a chamada, mas eu o atendia no primeiro toque. Meus não's sempre vinham acompanhados de sim's. Foi então que eu decidi mudar a minha estratégia: Parei de lutar e deixei isso esvaziar por si só. Entendi que isso nunca mudaria se eu não soubesse lidar com a situação. Caso contrário, passasse o tempo que fosse, sempre existiria uma recaída pedindo por um flashback, seguida de uma noite molhando o travesseiro de choro infantil e chocolate aos montes. Eu o atendo sem sentir remorso. Converso por conversar, por me divertir, não por necessidade. Não preciso recusar a chamada - a voz dele, pensando bem, parece com outras vozes. Ele é divertido quando estamos assim, descompromissados. Ele é divertido quando eu não me importo se ele é ou não. Ele disse que somos amigos (isso é bom? Ta aí um caso a se pensar....). Deixei aquele meu lado nervoso, chorão, histérico e que se apega aos facta praeterita - em outras palavras: fatos passados - de lado. Meus banhos duram quinze minutinhos e nada mais do que isso. Eu lavo meu rosto para esfoliá-lo e impedir a oleosidade e nada mais do que isso. Eu atendo ele para dar risada e me divertir, como se nunca tivesse sido diferente, e nada mais do que isso.
Dei um rumo novo na minha vida e dessa vez não há, em mim, resistência alguma. Soa como se eu estivesse fazendo as coisas darem certo e não precisasse da ajuda de ninguém para isso. Acho que ele finalmente conseguiu me perder. Mas calma, isso não é ruim não... Eu não me sinto mal. Bem que ele dizia que sempre esperou que as coisas ruins tivessem o menor impacto negativo possível em mim. Dessa vez não houve impacto nenhum. Ele me perdeu. Perdeu porque lutou por isso e conseguiu. Mas, ao contrário do que eu sempre esperei, tudo está bem. No fundo, acho que aquilo ali tinha espuma demais para o meu coração que aprendeu a medir só em quilos.

6 comentários:

  1. Orgulho demais de você, amiga!
    Espero que eu não seja uma pessoa-espuma!
    kkkkkkkkkkkkk
    Te amo, Lu.

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  2. Adoro a espuma do leita ta!
    Super gostosa!

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  3. kkkkkk relaxe Lu, voce é uma pessoa-leite kkkkkkkkkkkkk

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  4. então tá né... kkkkk não é ruim, mas prefiro o leite =)

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  5. "Aquela espuma parecia tanto leite..." Nada mais real que isso!
    Adorei amiga! Olha como as aulas de Valença (aquele fofoooooooo) servem pra alguma coisa?
    PS.: eu também adoro a espuma do leite...
    hahahahah te amo

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